segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Programação do movimento Setembro Azul reúne comunidade surda de Sumé na próxima terça


O Comando Local de Organização do movimento “Setembro Azul ” realizará às 9h da próxima terça-feira ( 4), no Núcleo de Extensão Cultural – NEXT do Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido da UFCG, um café da manhã conjunto com a comunidade surda de Sumé e lideranças surdas dos estados de Santa Catarina e do Rio de Janeiro. O evento faz parte da programação do Setembro Azul 2012 na cidade.

De acordo com a professora do CDSA e representante do Comando Local de Organização do movimento, Shirley Barbosa das Neves Porto, posteriormente, às 10h, será promovido, na Praça José Américo (em frente ao NEXT), um Ato Público conjunto com o movimento docente da UFCG em defesa do direito humano dos surdos de serem bilíngues e de estudarem em escolas bilíngues, bem como, por uma universidade pública de qualidade.

À tarde, às 15 horas, acontecerá a palestra “O PNE, a educação e a escola bilíngue para surdos”, no auditório da Secretaria de Educação de Sumé, que será ministrada pelos professores Patrícia Luiza Ferreira Rezende (UFSC) e Alex Curione Barros (IFF), ambos surdos e líderes do movimento nacional em defesa da inclusão do direito a escolas bilíngues para surdos no Plano Nacional de Educação, conhecido como “Setembro Azul”.

O Movimento

O Setembro Azul é um movimento da comunidade surda em favor da educação e cultura surda. Tomou proporção nacional em março de 2011, quando se intensificaram as discussões sobre a radicalização do modelo de educação inclusiva adotado pelo MEC e mobilizações em defesa do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES – instituição federal, localizada no Rio de Janeiro, criada oficialmente pelo Imperador Dom Pedro II em 26 de setembro de 1857, um verdadeiro Patrimônio Histórico e Cultural da Comunidade Surda Brasileira, ameaçado de fechar suas portas, porque a SECADI/MEC entende que os surdos não precisam de um modelo educacional que atenda realmente as suas condições linguísticas, identitárias e culturais específicas.

Assim, somado ao temor do fechamento do INES, como também das demais escolas de surdos brasileiras, a comunidade surda posicionou-se com repúdio pela opressão e discriminação sofrida pelos delegados surdos e ouvintes que foram à Conferência Nacional de Educação (CONAE/2010) defender propostas para educação bilíngue para surdos e tiveram seus posicionamentos desrespeitados e suas solicitações de educação bilíngue negadas na referida conferência.

Segundo a professora Shirley, o Setembro Azul 2011 proporcionou seminários, palestras, apresentações teatrais, passeatas, audiências públicas, exposições, festas etc., em vários locais espalhados pelo Brasil. “Até hoje continuamos na luta pelas escolas bilíngues para surdos, até fomos novamente para Brasília e fizemos passeata em 24 de abril de 2012. Porém, o Ministério teima em não aceitar a proposta da comunidade surda. Agora está chegando a hora do Setembro Azul 2012, cada estado da federação irá organizar suas próprias atividades”, disse.


Texto: Rosenato Barreto - Postagem Paulo hilário 
(Bolsista do PET-CDSA)

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