quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Professor do CDSA representa a instituição em Conferência Internacional




O Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido – CDSA da UFCG esteve representado pelo professor Irivaldo Oliveira na “4ª Conferência Internacional da Rede de Pesquisadores Waterlat”, realizada em Buenos Aires, no período de 22 a 25 de outubro. O tema do evento foi “Territorialidade e Água”.

Na ocasião, o professor apresentou a pesquisa que está realizando junto ao seu curso de doutorado e que se encontra em processo de finalização. Ele também participou das reuniões internas da rede de pesquisas que abrange a América Latina, Estados Unidos, Canadá e Europa. 

O evento foi realizado na Universidade Nacional de General Sarmiento, na região Metropolitana de Buenos Aires, e na Biblioteca Nacional, no bairro de Palermo, na Capital Federal. Trata-se de um evento restrito a pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação na área de Ciências Sociais e Engenharias. Este ano, o evento tratou de problematizar as diversas temáticas relacionadas como a gestão de águas no mundo, visando mapear os conflitos existentes e qual o grau de avanço das pesquisas existentes.  

A Pesquisa - Sobre a pesquisa destaca o professor: “É preciso avançar na compreensão de como ocorre a incorporação de elementos dito ambientais, ou de proteção e defesa ambientais, em projetos considerados de segurança hídrica como a transposição do rio São Francisco. Como esses projetos são desenhados, sob que concepções ou marcos teóricos, de modo a se compreender onde se pode chegar com esses projetos, fazendo as seguintes perguntas: para quê? Para quem? Isso é importante na medida em que auxilia na problematização desses projetos que prometem resolver problemas seculares como a escassez de água na Região Nordeste do Brasil, quando se sabe que há certa regularidade hídrica nessa região. Que tensionamentos podemos verificar na internalização do meio ambiente nesses projetos. As explicações acerca dessas questões são mais de acordo com a teoria da modernização ecológica que acaba vendo no rio e em seu manejo através da transposição uma possibilidade de aumentar o desenvolvimento/crescimento da região”. Enfatiza, também que “ainda não há uma compreensão clara acerca do significado dessas mega obras em regiões como o semiárido brasileiro”. 


A rede de pesquisa Waterlat - A rede é formada de pesquisadores da América Latina e do Norte, do Caribe, e da Europa, sob a coordenação do professor Eseban de Castro da Universidade de New Castle (Reino Unido) e tem vínculos com a comunidade de pesquisas GOBACIT, um grupo mais abrangente que inclui também colaboradores na África e na Ásia. 

De acordo com o professor, embora os associados principais da rede Waterlat sejam cientistas sociais, devido à natureza de nossos problemas de pesquisas, também incorporamos como colaboradores associados hidrólogos, engenheiros, peritos em saúde e colegas de outros campos do conhecimento que fossem relevantes para o projeto. 

“A Waterlat se propõe a dar uma contribuição ao avanço no estágio atual em um campo que, em termos amplos, poderíamos definir como o da ecologia política da água. Esta é uma estratégia inovadora, já que, tradicionalmente, as pesquisas sobre a água têm sido dominadas principalmente pelas disciplinas técnico-científicas com uma contribuição muito limitada por parte das ciências sociais”. 

“Em geral, a relativa falta de atenção às dimensões ecológica e ambiental nas ciências sociais foi e continua sendo assunto de debate acadêmico, e nós nos propusemos contribuir com o mencionado debate, utilizando os processos sociais relacionados com a gestão da água como base empírica de nossa reflexão”. 

No marco de nosso interesse intelectual por uma ecologia política da água que atente para a dimensão histórica, nosso enfoque visa a dar prioridade a problemas de pesquisa que tenham alta relevância para a comunidade internacional. Em particular, nosso ponto de partida é assumir que os obstáculos mais importantes que se enfrentam, quando se tem a intenção de alcançar as metas de desenvolvimento global em relação com a sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos e com a redução da desigualdade e da insegurança no acesso à água, não são de caráter físico-natural nem técnico. Não é que o nosso enfoque desconheça a importância da dimensão técnico-científica na gestão da água, e sim que partimos do pressuposto de que a falta de sustentabilidade dos ecossistemas aquáticos e da desigualdade e injustiça relacionadas com o acesso à água não são o resultado da escassez hídrica, da falta de conhecimento científico e técnico, nem da carência de soluções tecnológicas. Pelo contrário, afirmamos que as assimetrias no acesso aos benefícios da água e no sofrimento causado por calamidades de origem hídrica derivam principalmente de processos de caráter socioeconômico, político, cultural e institucional, incluindo-se aí a formulação de e implementação de políticas públicas”.

A rede tem como objetivos estratégicos contribuir com o debate teórico e metodológico relacionados com a pesquisa de temas sobre a água nos campos da sociologia ambiental e do desenvolvimento da geografia urbana, das políticas públicas, da economia ecológica e da economia dos serviços públicos; consolidar uma rede internacional de pesquisas dedicada ao estudo das condições e requisitos para o desenvolvimento de uma gestão sustentável e democrática da água nas condições específicas dos países da América Latina e do Caribe e; contribuir para melhorar as condições que permitam um maior grau de êxito, em nível local, para ter sucesso em avanços concretos com relação aos objetivos de desenvolvimento da comunidade internacional, em particular as Metas de Desenvolvimento do Milênio.

Mais informações sobre a rede poderão ser conseguidas no site www.waterlat.org


Postagem Paulo Hilário
(Bolsista do PET-CDSA)
Informações de Rosenato Barreto




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